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Renda média de R$ 836 é realidade no Brasil e vem do governo; quem pode

Uma boa notícia para milhões de brasileiros veio à tona com os dados mais recentes da Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE: os programas sociais garantiram uma renda média de R$ 836 em 2024, o maior valor da série histórica iniciada em 2012.

Esse número, que pode parecer modesto à primeira vista, representa não só um avanço na política de transferência de renda, mas também um alívio concreto no bolso de quem mais precisa.

Mas o que está por trás desse crescimento expressivo? O aumento foi de 72,7% em relação a 2019, o que levanta uma pergunta inevitável: isso representa uma mudança estrutural na renda da população vulnerável, ou é apenas um reflexo momentâneo de medidas emergenciais adotadas nos últimos anos?

Neste artigo, você vai entender quem são os beneficiados, onde esse dinheiro faz mais diferença, e por que os programas sociais estão se tornando, cada vez mais, um fator decisivo na sobrevivência econômica de milhões de famílias brasileiras.

O governo brasileiro garante renda maior para muitas pessoas em determinadas condições; veja o que diz a pesquisa do Pnad mais recente.
O governo brasileiro garante renda maior para muitas pessoas em determinadas condições; veja o que diz a pesquisa do Pnad mais recente – Foto: arquivo nosso.

Programas sociais alcançam maior impacto em uma década

Nos últimos cinco anos, o cenário mudou — e muito. De acordo com a pesquisa, mais de 20 milhões de brasileiros (ou 9,2% da população) receberam renda através de programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Esse número é significativamente maior do que os 6,3% registrados em 2019, antes da pandemia.

Mais do que o número de beneficiados, chama atenção o crescimento do valor repassado. Em 2024, o valor médio dos programas sociais atingiu R$ 836, superando os R$ 818 de 2023 e os R$ 484 de 2019.

Esse salto está ligado, entre outros fatores, aos reajustes promovidos em 2022 e 2023 no valor do Bolsa Família, além de medidas pontuais em resposta a tragédias climáticas, como as enchentes que atingiram o Sul do país, onde os benefícios médios saltaram para R$ 939 — o maior entre todas as regiões.

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Norte e Nordeste: onde o Bolsa Família tem maior peso na renda

Se a média nacional já impressiona, em algumas regiões do país o impacto dos programas sociais é ainda mais profundo. No Nordeste, por exemplo, os repasses representam 9,4% da renda total dos domicílios — mais do que o dobro da média nacional (3,8%).

No Norte, essa participação é de 8,2%, consolidando as duas regiões como as mais dependentes das transferências de renda pública. O Bolsa Família sozinho responde por mais de um terço dessa renda, sendo 34,6% no Nordeste e 32,7% no Norte.

A realidade por trás desses números é dura: as duas regiões concentram os menores rendimentos médios do Brasil.

A população com os 40% mais baixos rendimentos no Nordeste tem renda per capita de apenas R$ 408, enquanto no Norte esse valor chega a R$ 444. Em contraste, o Sul do país atinge R$ 891 na mesma faixa, mais do que o dobro.

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Diferença de renda mostra função social crítica dos benefícios

Um dos dados mais reveladores da pesquisa é a disparidade de renda entre quem recebe e quem não recebe benefícios.

Segundo o IBGE, quem está no Bolsa Família tem rendimento médio de R$ 717, enquanto os demais brasileiros atingem R$ 2.424. A diferença é gritante, mas cumpre um papel importante: mostrar que os programas sociais estão chegando onde mais se precisa.

Entre 2019 e 2024, o rendimento de quem recebe Bolsa Família cresceu 53,9%, enquanto o de quem não recebe aumentou apenas 13,3%. Isso significa que, pela primeira vez em anos, os mais pobres passaram a ter um crescimento real de renda acima da média nacional.

De acordo com o analista do IBGE, Gustavo Fontes, isso mostra que o programa está funcionando como deveria: “O Bolsa Família está cumprindo sua função ao garantir renda à população mais vulnerável. O rendimento desses domicílios ainda é bem menor, mas cresceu em ritmo mais acelerado.”

Rodrigo Peronti

Rodrigo é jornalista, formado desde 2012, especializado em Comunicação e Semiótica e atuou em grandes veículos de imprensa digital, Rádio e TV no interior de SP. Escreve e produz conteúdo com foco em mídias digitais desde 2019.

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